domingo, 27 de julho de 2014

O CRISTO ANTES DO JESUS HISTÓRICO!

Quando Jesus disse: “Abraão viu os meus dias e regozijou-se” — o que imediatamente se pensa é em uma visão de natureza profética, completamente subjetiva, dada a Abraão.


Já quando Jesus diz: “Antes que Abraão existisse, eu sou” — se imagina apenas a afirmação da pré-existência divina de Jesus em relação a Abraão.

Ficamos, todavia, em razão das amarras teológicas sem mística e sem a simplicidade apresentada na Bíblia, impossibilitados de simplesmente aceitarmos o que sobejamente se diz nas Escrituras; ou seja: que nelas não apenas há o que a respeito de Jesus constava como profecia, mas, também, como manifestação do Cristo anterior ao Jesus da História; o qual, fartamente, se manifestou aos homens; e que, no ambiente das Escrituras bíblicas do chamado Velho Testamento, faz inúmeras inserções soberanas de Si mesmo antes da Encarnação de Deus em Jesus.

Todas as vezes que aparece o Anjo do Senhor — esse ente Santo, supra-angelical, que evoca para Si mesmo prerrogativas divinas e que aceita adoração humana —, se está falando do Cristo antes de Jesus

Ora, esse Anjo do Senhor pervade as paginas das narrativas bíblicas sem pudor ou salvo resguardo algum. Na existência histórica de Abraão, por exemplo, Ele aparece sem pedir salvo conduto. Simplesmente chega, é visto, é adorado, é tratado como Deus; e como Deus/Senhor fala sem qualquer reserva.

No restante da história de Israel o mesmo acontece em diversas ocasiões, embora não seja meu objetivo discorrer sobre tais ocasiões aqui. O que me interessa, no entanto, é esse Cristo antes de Jesus na História humana.

A Teologia mais crente vai bem até aí em relação ao que estou afirmando, mas impõe limites; e, os tais limites são o pacto de Deus com Israel; ou seja: Cristo teria se manifestado antes de Jesus, mas apenas na História de Israel; sendo Israel, portanto, uma fronteira para Deus em Cristo antes de Jesus.

Eu, todavia, como creio na Liberdade Absoluta de Deus, e não o vejo preso nem a Israel e nem a Abraão; posto que aquele Melquizedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, que aparece do nada a Abraão, e que é interpretado pelo escritor dos salmos e do da carta aos Hebreus como sendo claramente uma figura Crística, não aparenta carregar umbilicalidades de nenhuma natureza com Abraão ou com qualquer outro.

Na realidade o Anjo do Senhoro Cristo antes de Jesus, sempre se manifestou aos humanos; de tal modo que nem mesmo no mundo inteiro — como diria João — caberiam as narrativas de tais acontecimentos.

De fato, o amor de Deus pelo mundo não tem nenhuma fronteira em Israel; não teve nem mesmo nos dias do Jesus Histórico; e, portanto, não teria no Cristo antes de Jesus.
Este mundo de humanos tem sido objeto da revelação do Cristo Eterno desde sempre; e nunca deixou e nem jamais deixará de ser.

Jesus é a manifestação encarnada Dele entre nós; é o testemunho explicito Dele a ser dado a todos os homens; mas não é o limite da Sua manifestação livre; afinal trata-se do Cristo antes de Jesus; mas Jesus é o Cristo; sendo por isto Jesus Cristo; não uma emanação budista de um dos Budas; mas o único Cristo de Deus, o único Cordeiro de Deus; o mesmo que também foi imolado antes de haver História; ou, como afirmam as Escrituras, antes dos tempos eternos, ou antes da fundação do mundo; ou, como diz Miqueias: “desde os dias da eternidade”.

Sua única manifestação Crística encarnada, todavia — com nascimento, morte e ressurreição —, aconteceu em Jesus, e em Jesus somente.

Porém, Sua manifestação na História é aquela que nunca faltou em nenhuma fase da História Humana, bem como em nenhuma manifestação do que quer que seja sequencia de existência de qualquer mundo, criação ou dimensão cósmica ou multi-cósmica.

Ele não é apenas “o Cristo de todos os caminhos”, mas também o Cristo de todos os mundos, camadas de existência ou dimensões!

O que na Bíblia se chama de “Ordem de Melquizedeque”, é apenas uma designação para determinar o Cristo Eternamente Deus/Livre de toda circunstancia humana, racial, étnica, histórica, social ou religiosa — além de claramente colocá-Lo no plano das multidimensionalidades em Suas revelações graciosas, soberanas e salvadoras.

Abraão viu os Seus dias e regozijou-se!... E pergunto: E quantos mais também não o viram ou o têm visto e se regozijado?

O Cristo a nós revelado é obvio em todas as camadas de existência da Criação em todas as suas dimensões! — provavelmente exceto para nós!

Ele é o Senhor, o Salvador e o Deus de toda Criação; e é triste que a Religião pretenda Dele fazer um deus seitificado, religiogizado, não apenas manifestado na História, mas preso aos acontecimentos da cronologia de dois mil anos atrás; em cuja ocasião Ele se deu a conhecer na linearidade do tempo/espaço, como a revelação do Mistério antes a nós oculto; mas já agora revelado de modo não sequencial a muitos, se não, a todas as formas de criatura e criação.

Esse Anjo/Cristo/Deus que se encarnou em Jesus, é o Deus de todos, mesmo antes do menino Jesus torná-Lo um fenômeno de fraqueza em morte no tempo/espaço.

Em Jesus o Cristo entra na História da mortalidade e dos limites absolutos; na História da Tentação; na História da Morte; na História da Ressurreição; na História da Humilhação e da Gloria como vitória sobre a dor, a fraqueza, o sofrimento experiencial e o andar em carne de mortalidade.

Ele, porém, nunca negou Quem fosse; e disse aos que tinham em Abraão a suprema referencia do seu parentesco com Deus em fé: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou!”.

 Nele, que é de fato Deus e Senhor de tudo e de todos,


10 de janeiro de 2012
Copacabana
RJ
Dia em que meu filho Lukas estaria fazendo 30 anos nesta dimensão chamada História.

terça-feira, 15 de julho de 2014

O CRISTÃO E AS FESTAS RURAIS


Segundo informações da Prefeitura de Resplendor (MG) em seu site, acontece entre os dias 25 e 27 de Julho a Festa Rural da cidade. Com a realização de rodeio profissional todos os dias, shows e grande cavalgada, espera-se um grande ajuntamento de pessoas no Parque de Exposições. No interior, é natural que um pastor seja procurado por muitos cristãos desejosos por uma uma opinião, uma palavra, uma posição, que os ajudem a entender se devem ou não participar de uma festa rural. O motivo, via de regra, envolve práticas religiosas, consumo de bebidas alcoólicas e músicas seculares.


Antes de qualquer coisa, creio que esta reflexão valha para esclarecer como se dá o envolvimento do cristão no mundo à qual está inserido. Por "cristão", refiro-me àqueles homens e mulheres que recebem as Escrituras Sagradas como Palavra de Deus, como norma de fé e prática. Por "festas rurais" exponho aqueles ajuntamentos sociais onde é possível assistir rodeios, cavalgadas, exposição de animais, bebidas e comidas em fartura, parque de diversões, shows, boates, etc.

O cristão que medita, porque crer também é pensar, não é alienado. Diante de uma festa como esta, ele facilmente reconhece aspectos positivos e negativos. Sim, é possível.

Para uma cidade como a nossa, de interior, uma festa sempre é oportunidade para ganhos econômicos e contentamento da população. Obviamente, os comerciantes venderão mais nos dias da festa. O povo, sofrido e aguerrido, vê nesse momento uma oportunidade de descanso "d'alma", de aliviar sua dor, de cantar, de curtir, de "afogar as mágoas", enfim. Para estes, isto é muito bom, é positivo.

Por outro lado, a festa chega ao fim e, com ele, permanecerão os dias de um comércio em baixa, amornecido. Restará a ressaca, a indisposição e o cansaço, pois os problemas não sumiram com o apagar das luzes. Muitos beberam e gastaram mais do que deviam. Talvez brigaram com outrem. Por sorte, não sobrecarregarão o hospital e a polícia com situações que poderiam ter sido evitadas. Eis o lado negativo de uma festa.

Dito isto, fica a grande pergunta: "e o cristão? Pode participar?". Acho que a pergunta certa seria: o que a Bíblia ensina sobre o comportamento do cristão no mundo? Permitam-me sistematizar parte de seu precioso ensino em duas declarações que, mesmo que aparentem, não são excludentes. São os dois lados de uma mesma moeda. 

1) O CRISTÃO NÃO FAZ PARTE DESTE MUNDO. É bem possível que já tenha ouvido que a Igreja não pertence a este mundo (Jo 15.18-19), que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19) e que não devemos amar as coisas que há no mundo (1 Jo 2.15). "Por isso, não se deve participar de festas rurais", afirmam alguns. O textos são de Deus, são bons. Contudo, é triste observar que muitos cristãos são manipulados por suas lideranças com simples proibições pautadas em falta de exegese, hermenêutica e bom senso. Se o cristão não pode participar de eventos comunitários (que, não por nossa escolha, envolvem questões religiosas, bebidas alcoólicas e músicas seculares) a partir desses textos, como ficam os casamentos, as formaturas, os passeios turísticos, os aniversários e muitos outros eventos sociais que contemplam a mesma realidade? Nos ausentaremos desses também? Entenda: a Igreja não faz parte deste mundo, isto é, sua esperança está no mundo porvir. O mundo é a humanidade transviada dos padrões divinos, conduzido e cegado pela antiga serpente. A Igreja deseja andar pelo Caminho aplanado da graça, pastoreada e esclarecida pelo Senhor Jesus. O cristão amadurecido fala de Deus no meio de outros deuses (At 17.23), sabe comer, beber e ouvir músicas para a glória de Deus (1 Co 10.31).

2) O CRISTÃO FAZ PARTE DESTE MUNDO. Jesus não orou para que a Igreja fosse tirada desse mundo (Jo 17.15), afinal ela é sua luz (Mt 5.14); sua missão é no mundo (Mc 16.15). Muitos cristãos enfatizam apenas a primeira declaração, se esquecendo da segunda. São taxados de "santinhos", porque proíbem certos "pecados" e cometem outros grosseiros no dia-a-dia. A verdadeira santidade consiste em se manter puro no meio da iniquidade. A verdadeira Igreja está perto das pessoas que ainda não são Igreja. Quanto mais a Igreja se isolar do mundo, das pessoas, mais distante ficará o cumprimento de sua missão.  Jesus se aproximava dos "doentes", dos pecadores, dos publicanos, das meretrizes... O Mestre se aproximava das pessoas, do mundo, sem se contaminar, sem se tornar parte de seu estado alienado e de inimizade com Deus. A Igreja precisa estar apta a realizar sua missão em qualquer lugar do mundo; necessita de firmeza para ser luz em qualquer lugar do mundo. O cristão amadurecido fala de Deus no meio de outros deuses (At 17.23), sabe comer, beber e ouvir músicas para a glória de Deus (1 Co 10.31).

Portanto, creio que um cristão comprometido com a Palavra de Deus pode estar em qualquer lugar, com qualquer pessoa, em qualquer circunstância, e ainda assim se guardar incontaminado. Essa é a religião pura e sem mácula (Tg 1.27). Creio que um cristão maduro na fé possa assistir um rodeio, beber, comer e festejar com ou sem sua família sem pecar. Agora, se há fraqueza espiritual, problemas com testemunho, medo das ciladas do inimigo, paixão por esse mundo, desejo de pecar, é melhor que não participe; é bem melhor que não envergonhe o Evangelho de Jesus. É melhor fugir destas coisas.

Caro (a) leitor (a), não vá ou não a uma festa por outros. Vá ciente de que "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas... todas são lícitas, mas nem todas edificam (1 Co 6.12; 1 Co 10.23). A decisão é sua, mas sempre precisa ser para a glória de Deus.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

DEZ CARACTERÍSTICAS DE UMA IGREJA FRIA

"Um número significativo de cristãos acreditam que uma igreja fria é caracterizada pela ausência do chamado reteté de Jeová".





Nessa perspectiva  ensinam que uma comunidade desaquecida espiritualmente é desprovida de gritos, danças, giro santo, e outras coisas mais.

Há pouco fiquei sabendo de um irmão aque afirmou que uma igreja gelada é aquela que enquanto o pastor prega ninguém grita glória, aleluia ou coisa parecida.

Caro leitor, as definições que alguns entendem quanto ao que seja uma igreja fria é de arrepiar os cabelos. Lamentavelmente parte do povo de Deus tem fundamentado sua percepções doutrinárias em achismos desprovidos de conteúdo bíblico.

Isto posto, resolvi elencar sete REAIS características de uma fria:

  1. Uma igreja fria se caracteriza pela relativização do pecado. Geralmente os membros destas comunidades chamam doce de amargo, amargo de doce; luz de escuridade, escuridade de luz. Nessa perspectiva, não vêem problemas no sexo antes do casamento, em defraldar o próximo, em mentir, em promover suborno, fazer fofocas, produzir contendas e muito mais.
  2. Uma Igreja fria é uma igreja que não valoriza a oração. Uma igreja que não ora e não acredita na importância de orações, intercessões e ações de graça é uma igreja desprovida da vida de Deus em suas estruturas.
  3. Uma Igreja fria ama o mundo e as coisas que há no mundo. Nessa perspectiva permitem que os valores deste século prevaleçam sobre aquilo que as Escrituras dizem e ensinam.
  4. Uma igreja fria relativiza as Escrituras. Para ela, a Bíblia não é a Palavra de Deus e em virtude disso colocam aquilo que sentem, acham ou pensam acima das verdades contidas na Bíblia.
  5. Uma igreja fria é desprovida de amor. Para os membros desta comunidade, gente é tratada como coisa e não como pessoas que possuem dores, angústias, problemas e carências.
  6. Uma igreja fria é caracterizada pela ausência de misericórdia em suas estruturas. Nessa perspectiva os órfãos são negligenciados, as viúvas abandonadas e os pobres desprezados.
  7. Uma igreja fria  é uma igreja desprovida de santidade. Para ela, conceitos como "separação  do mundo" são antiquados e ultrapassados.
  8. Uma igreja fria é uma igreja aonde não há relacionamentos profundos entre os irmãos.
  9. Uma igreja fria é uma igreja que valoriza os defeitos e erros dos irmãos em detrimento as virtudes e valores.
  10. Uma igreja fria é uma igreja que há muito perdeu o temor do Senhor.
É o que penso, é o que digo.